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segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Lei de Serviço de Acesso Condicionado


Por Ascom / Funceb 

A Lei de Serviço de Acesso Condicionado (SeAC – Lei 12.485/11), os novos rumos da produção audiovisual para a televisão do Brasil e os impactos econômicos e sociais no setor independente serão discutidos em encontro na próxima terça-feira, 26 de fevereiro, às 17 horas, na Sala Walter da Silveira (Barris – Salvador). Na pauta, estarão questões relativas à difusão de trabalhos através da televisão, fundos e mecanismos de apoio disponíveis e propostas de como potencializar as oportunidades criadas. A reunião é aberta ao público em geral, especialmente a todos os profissionais do Audiovisual na Bahia.


Ocupando espaços públicos, as TV's por assinatura devem
promover a cultural regional como retorno à população
Sancionada em 12 de setembro de 2011, a SeAC determina que os canais de TV por assinatura devem promover a cultura brasileira e estimular produções independentes e regionais, reservando parte de sua programação a conteúdos brasileiros. Além disso, o Fundo Setorial do Audiovisual garante a aplicação do mínimo de 30% da sua receita para produções do Norte, Nordeste e Centro-Oeste, o que vem a gerar uma injeção orçamentária para o audiovisual das três regiões e uma demanda crescente de novos produtos. Neste contexto, o debate sobre a temática torna-se importante para realizadores e profissionais do Audiovisual da Bahia.

O encontro é promovido pela Diretoria de Audiovisual (DIMAS) da Fundação Cultural do Estado da Bahia (FUNCEB), entidade vinculada à Secretaria de Cultura do Estado (SecultBA), em parceria com a Associação Baiana de Cinema e Vídeo (ABCV/ABD-Ba) e Associação de Produtores e Cineastas da Bahia (APC-BA).

Encontro de debate do setor Audiovisual sobre a Lei 12.485/11
Quando: 26 de fevereiro de 2013 (terça-feira), 17 horas
Onde: Sala Walter da Silveira
Rua General Labatut, 27 – Barris – Salvador, Bahia
Subsolo da Biblioteca Pública do Estado da Bahia
Aberto ao público
Informações: 71 3116-8102
Realização: ABCV/ABD-Ba/ APC-BA/ DIMAS/ FUNCEB/ SecultBA

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Assessoria de Comunicação
Fundação Cultural do Estado da Bahia – FUNCEB
(71) 3324-8565/ 8566
asc.funceb@gmail.com
Paula Berbert – paula.funceb@gmail.com | (71) 9127-7803
Nivia Cerqueira – comnivia@gmail.com | (71) 8808-2446

sábado, 23 de fevereiro de 2013

Rouanet: lei de incentivo a cultura ou mercado?


Por Marcelo Lopes

Ao se gabar de ocupar a sexta economia mundial, o Brasil mal discute em que condições isso ocorre: altíssima concentração de renda, educação insatisfatória, saúde pública precária, segurança caótica e outros aspectos tão graves quanto. Com estatísticas que entabulam a lógica das médias estatísticas, os extremos do nosso dia-a-dia são mascarados entre uma distração midiática e outra. É como dizer que se a cabeça está no forno e seus pés estão na geladeira, na média você está bem. O país está entre os que mais paga impostos no mundo e, segundo o Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT), hoje, para que um cidadão economicamente ativo dê conta de todos os impostos, taxas e contribuições que o cercam a cada esquina e dentro de casa, são necessários quase a cinco meses do seu suor até que ele comece a receber para si mesmo.

Em tese, tudo isso deve ser revertido para estruturas, ações, programas e políticas de interesse público, que promovam a cidadania no seu sentido mais amplo, a superação dos diversos modelos de exclusão social, permitindo, em essência, o desenvolvimento humano do seu próprio povo. Fatores como educação, saúde, geração de emprego e renda, moradia, segurança e cultura são fundamentais.

Diversidade culural x interesses de mercado
Uma vez me perguntaram o que exatamente é esse tal de “interesse público”. Embora o conceito não encontre consenso entre os que os discutam, em linhas gerais, entende-se como sendo aquilo que promova o bem comum, o bem-estar geral. Nele que devem centrar todas as ações e realizações dos governos, matéria-prima na qual se extraem as leis que regem o desenvolvimento de uma sociedade. Por isso, quando vejo algumas situações postas, não dá para não questionar.

Após a polêmica do blog da Maria Bethania, aprovado pelo Ministério da Cultura, por meio da Lei Rouanet, no valor de R$ 1,3 milhões, para criação de um site onde a cantora baiana declamaria poesias, a bola da vez é a aprovação de R$ 5,9 milhões para a turnê da cantora Claudia Leitte.

Para quem não conhece o mecanismo, a Lei Rouanet possibilita que cidadãos (pessoa física) e empresas (pessoa jurídica) apliquem parte do Imposto de Renda devido em ações culturais. A proposta cultural pode dar conta de diversos segmentos (teatro, dança, circo, música, literatura, artes plásticas e gráficas, gravuras, artesanato, patrimônio cultural e audiovisual). Uma vez aprovado, a Lei permite que o projeto capte recursos junto a patrocinadores potenciais para a execução da proposta. Trocando em miúdos, o imposto pode ser empregado para financiar qualquer iniciativa cultural, não importando se ela tem ou não o mérito real do “interesse público” ou se é meramente mais um empreendimento comercial.

As discussões sobre a Lei Rouanet ainda tramitam
Se não é possível chegar a um ponto definitivo sobre o que é interesse público, algumas questões precisam ficar em foco, para que o relativismo do termo não dê margem a outras distorções:

1) Um recurso que poderia ser empregado em iniciativas que promovam a “proteção e promoção da diversidade cultural brasileira (...) que se expressa em práticas, serviços e bens artísticos e culturais determinantes para o exercício da cidadania”, como dispõe o Plano Nacional de Cultura, pode realmente se disponibilizado para gerar lucro num empreendimento comercial de alta rentabilidade?


2) Os simples critérios técnicos e jurídicos dos analistas do MinC dão conta realmente de chegar ao mérito público de uma proposta?


3) Qual o filtro que nos garante que a visão do marketing das empresas acabe tirando dinheiro das produções que realmente precisam de apoio?


4) Como tornar o mecanismo de captação mais democrático, atendendo efetivamente ao desenvolvimento de ações de benefício ao cidadão sem que, necessária e exclusivamente, isso se torne um investimento de retorno financeiro ao apoiador?

Estes e outros questionamentos vem se estendendo ao longo dos anos, apontando a necessidade de reforma da Lei Rouanet, visivelmente repleta de brechas e interpretações muito convenientes. Acredito que seja também papel do Ministério da Cultura fomentar iniciativas que dinamizem o mercado, que gerem emprego e renda, mas não é função do estado bancar o lucro de ninguém com o dinheiro público, sobretudo iniciativas mais do que sustentáveis e autônomas. Existem outras prioridades que merecem mais atenção e direcionamento.

Foto: blogs.estadao.com.br
Segundo Henilton Menezes, secretário de Fomento e Incentivo à Cultura do MinC, em entrevista à Radio Câmara, a lógica do mecanismo – ainda longe do que precisa ser para dar conta de prioridades mais democráticas – permite legalmente distorções como estas: “É óbvio que a classe empresarial vai tentar buscar recursos naquilo que tem mais poder de sedução, de visibilidade de marca. Não está errado, porque se tem uma lei que protege isso, se eu tenho no Brasil, eu pensando como empresário, um mecanismo absolutamente legal, em vigor, que permite que eu dê R$ 100 para uma peça de teatro e receba de volta esses R$ 100, por que eu vou dar R$ 100 e não vou buscar esse dinheiro de volta?".

Para o que nos importa, o fato é que situações como os quase seis milhões autorizados à captação por Claudia Leitte demonstram que o mercado é a prioridade, não a cultura; que é a empresa escolhe o artista, divulga a sua marca no espetáculo, mas quem paga a conta são os cofres públicos. Não cabe aqui nem mesmo a discussão sobre o limite entre Cultura e Entretenimento. Sem entrar no mérito de conteúdo ou qualidade artística da baianizada cantora carioca, o fato é que uma turnê que cobra valores consideráveis em ingressos financiados com recursos oriundos de impostos não é exatamente o que se pode chamar de interessante para nossos bolsos nem mesmo um evento “popular”. Como também não foi popular a vinda do Cirque du Soleil para o Brasil, em 2006, tendo entre os patrocinadores o Bradesco, cobrando valores de R$ 100,00 a R$ 250,00 numa época em que o salário mínimo era R$ 350,00.

A Economia Criativa é uma das mais potentes atividades da economia mundial, mas o orçamento do nosso Ministério da Cultura não chega a 1% do Orçamento da União. Desse pequeno percentual, grande parte se perde em meio a “buracos técnicos” que permitem desvios impressionantes dos objetivos mais primários da promoção desta mesma cultura que tentamos promover. Até que sejamos levados a sério, corremos sério risco de ver a próxima edição do Big Brother Brasil ir ao ar com uma chancela da Lei de Incentivo.

sábado, 3 de novembro de 2012

Watchmen: revolução na linguagem dos Quadrinhos


Por Marcelo Lopes

A obra Watchmen é uma das principais responsáveis pela linha narrativa adulta que elevaram as Histórias em Quadrinhos a um patamar diferenciado a partir da década de 1980 e hoje inspira megaproduções que lotam as salas de cinema. Sombrio, complexo e repleto de enredos intrincados, o novo perfil destas histórias – como a trilogia do Batman, do diretor Christopher Nolan – alinha uma abordagem inovadora sobre heróis e vilões das HQ’s. Watchmen é a referência mais profunda deste novo modelo: uma série de histórias em quadrinhos escrita por Alan Moore e ilustrada por Dave Gibbons, publicada originalmente em doze edições mensais pela editora norteamericana DC Comics, entre 1986 e 1987.

Considerada um marco importante na evolução dos quadrinhos, introduziu abordagens e linguagens antes ligadas apenas aos quadrinhos ditos alternativos, além de lidar com temática de orientação mais madura e menos superficial, quando comparada às histórias em quadrinhos comerciais publicadas naquele país. O sucesso de crítica e de público que a série teve ajudou a popularizar o formato conhecido como Graphic Novel (ou "romance visual"), até então pouco explorado pelo mesmo mercado.

Diz-se que Watchmen foi, no contexto dos quadrinhos da década de 1980, um dos responsáveis por despertar o interesse do público adulto para um formato até então considerado infanto-juvenil. Watchmen também é a única história em quadrinhos presente na lista dos 100 melhores romances eleitos pela revista Time desde 1923.

Sua adaptação para o cinema foi lançada em março de 2009 e conseguiu agradar em cheio os fãs da história, um feito extraordinário após mais de vinte anos de expectativa de ver na telona o ambiente crepuscular e denso dos personagens de Alan Moore.

Agora, o co-criador e ilustrador de Watchmen, Dave Gibbons, oferece uma nova versão da Graphic Novel em vídeo, desta vez acrescentando ação, vozes e sons ao visual já revolucionário conhecido pelos fãs da série. Neste novo trabalho, todos os capítulos que compõem a história abordam detalhadamente partes importantes do enredo: da misteriosa morte do personagem Comediante até o melancólico destino dos super-heróis e seu importante papel no mundo. Detalhes que não fizeram parte do longa-metragem, mas que aqui encontram espaço para um diálogo mais próximo com o público, evidenciando seu relevante papel na história dos Quadrinhos ao romper com os padrões de sua época.



Fonte:

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Petição Pública em favor do CCBNB

Abaixo-assinado pela Implantação do CCBNB em Vitória da Conquista.
http://www.peticaopublica.com.br/?pi=P2012N30140



O Instituto Mandacaru de Inclusão Sociocultural, entidade sem fins lucrativos que representa produtores culturais, educadores e profissionais da comunicação em Vitória da Conquista e região, vem por meio deste documento reafirmar a importância junto à presidência do Banco do Nordeste da implantação do CENTRO CULTURAL BANCO DO NORDESTE em Vitória da Conquista, como um desejo não apenas dos atores sociais que se dedicam a cultura, mas de toda a população conquistense e das cidades circunvizinhas, reconhecendo a importância desta instituição para o estímulo e a promoção do fluxo de atividades artísticas em nosso município.

Convocamos assim, neste abaixo assinado, atores, músicos, ilustradores, dançarinos, pintores, artistas plásticos, escritores e demais artistas de todas as áreas, além de educadores, profissionais liberais, produtores, empresários, representantes públicos e do terceiro setor a mobilizarem-se em favor da continuidade da implantação do CCBNB em Vitória da Conquista, ao tempo em que solicitamos à presidência do BNB a retomada das ações do calendário de construção do espaço cultural.

Defendemos a diversidade e efetivação de uma dinâmica maior, mais sadia e profícua da economia criativa na nossa região. Compreendemos que empreendimentos que estimulem a circulação de manifestações da cultura brasileira, que propiciem o reconhecimento do trabalho na cultura, o engajamento político que permitam quantitativamente e, sobretudo, qualitativamente a disposição de espaços para a difusão dos saberes populares, são fundamentais para o exercício pleno de cidadania a indivíduos de todas as classes, cores e orientações.

Desta forma, nos manifestamos pelo(a):

- Continuidade do projeto de implantação do CENTRO CULTURAL BANCO DO NORDESTE em Vitória da Conquista ainda em 2012;

- Retomada do cronograma de ações que precedem o processo de implantação, que incluem processo o início da construção do Centro, bem como a continuidade das atividades de oficinas, eventos e cursos promovidos pelo BNB em Vitória da Conquista;

- Publicização, interna e externamente a Vitória da Conquista e região, do desejo de produtores, artistas e demais grupos e indivíduos que militam pela cultura por políticas públicas que reconheçam o valor real das ações que se manifestam na economia criativa;



Assinem, divulguem e compartilhem.

Atenciosamente;

Diretoria
Instituto Mandacaru de Inclusão Sociocultural
http://culturamandacaru.blogspot.com.br/

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Jogos Vorazes e o espelho do ridículo


Por Marcelo Lopes

O nome não me estimulou a assistir. Na verdade, me repeliu por algum tempo. Evocava a ideia de mais um destes filmes sanguinários em que o conteúdo mais palpável é o jorro de sangue do pescoço de alguém. 

No entanto, minha surpresa ao ver Jogos Vorazes, do diretor Gary Ross, veio justamente por centrar essa violência (no sentido literal e metafórico) numa história que desenrola uma longa fila de outras fórmulas de entretenimento midiático - tão comuns nos dias de hoje – com especial crítica ao mundo dos reality shows. O filme já garante alguns pontos por demonstrar de forma inteligente como parecem ridículos espectadores e produtores deste tipo de atração full time, e o quão vagos são seus conteúdos. Logicamente, é preciso lembrar que o que de fato está em jogo é, ao final das contas, a questão do poder real da mídia e o que ela pode manipular, materializado no intrincado mundo do acúmulo financeiro e do status social.

O filme é a primeira parte de uma trilogia baseada nos livros escritos por Suzanne Collins, cujos títulos originais são "The Hunger Games", "Catching Fire" e "Mockingjay". Conta a história de um futuro distante, depois da extinção da América do Norte, que tem sua população dividida em 13 distritos. Anualmente, dois jovens representantes de cada distrito são sorteados para participar de um reality show mortal, quando tornam-se breves ídolos da mídia e devem lutar até a morte, para que ao fim da atração, só reste apenas um: aquele responsável pela morte de seus adversários.

Cheio dos chavões mais comuns da TV e do cinema, o filme uma obra válida para se discutir, não apenas pelo conteúdo, mas pela escolha da linguagem. Traz à tona os cacoetes, as frases-feitas, os dramas montados, as agremiações instantâneas construídas por “afinidades”, as solidariedades de última hora, os traumas, os sentimentos fáceis, as caricaturas e as intrigas de bastidores que povoam o filão mais rentável da televisão mundial das últimas décadas. 

Numa avaliação rápida, nos recorda aquilo que, ainda hoje, tentam pateticamente nos convencer ser o recorte em tempo real da vida de pessoas comuns especialmente selecionadas, mas que poderiam ser também um papel exercido por qualquer um de nós.

Fica a dica.