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sábado, 3 de novembro de 2012

Watchmen: revolução na linguagem dos Quadrinhos


Por Marcelo Lopes

A obra Watchmen é uma das principais responsáveis pela linha narrativa adulta que elevaram as Histórias em Quadrinhos a um patamar diferenciado a partir da década de 1980 e hoje inspira megaproduções que lotam as salas de cinema. Sombrio, complexo e repleto de enredos intrincados, o novo perfil destas histórias – como a trilogia do Batman, do diretor Christopher Nolan – alinha uma abordagem inovadora sobre heróis e vilões das HQ’s. Watchmen é a referência mais profunda deste novo modelo: uma série de histórias em quadrinhos escrita por Alan Moore e ilustrada por Dave Gibbons, publicada originalmente em doze edições mensais pela editora norteamericana DC Comics, entre 1986 e 1987.

Considerada um marco importante na evolução dos quadrinhos, introduziu abordagens e linguagens antes ligadas apenas aos quadrinhos ditos alternativos, além de lidar com temática de orientação mais madura e menos superficial, quando comparada às histórias em quadrinhos comerciais publicadas naquele país. O sucesso de crítica e de público que a série teve ajudou a popularizar o formato conhecido como Graphic Novel (ou "romance visual"), até então pouco explorado pelo mesmo mercado.

Diz-se que Watchmen foi, no contexto dos quadrinhos da década de 1980, um dos responsáveis por despertar o interesse do público adulto para um formato até então considerado infanto-juvenil. Watchmen também é a única história em quadrinhos presente na lista dos 100 melhores romances eleitos pela revista Time desde 1923.

Sua adaptação para o cinema foi lançada em março de 2009 e conseguiu agradar em cheio os fãs da história, um feito extraordinário após mais de vinte anos de expectativa de ver na telona o ambiente crepuscular e denso dos personagens de Alan Moore.

Agora, o co-criador e ilustrador de Watchmen, Dave Gibbons, oferece uma nova versão da Graphic Novel em vídeo, desta vez acrescentando ação, vozes e sons ao visual já revolucionário conhecido pelos fãs da série. Neste novo trabalho, todos os capítulos que compõem a história abordam detalhadamente partes importantes do enredo: da misteriosa morte do personagem Comediante até o melancólico destino dos super-heróis e seu importante papel no mundo. Detalhes que não fizeram parte do longa-metragem, mas que aqui encontram espaço para um diálogo mais próximo com o público, evidenciando seu relevante papel na história dos Quadrinhos ao romper com os padrões de sua época.



Fonte:

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Petição Pública em favor do CCBNB

Abaixo-assinado pela Implantação do CCBNB em Vitória da Conquista.
http://www.peticaopublica.com.br/?pi=P2012N30140



O Instituto Mandacaru de Inclusão Sociocultural, entidade sem fins lucrativos que representa produtores culturais, educadores e profissionais da comunicação em Vitória da Conquista e região, vem por meio deste documento reafirmar a importância junto à presidência do Banco do Nordeste da implantação do CENTRO CULTURAL BANCO DO NORDESTE em Vitória da Conquista, como um desejo não apenas dos atores sociais que se dedicam a cultura, mas de toda a população conquistense e das cidades circunvizinhas, reconhecendo a importância desta instituição para o estímulo e a promoção do fluxo de atividades artísticas em nosso município.

Convocamos assim, neste abaixo assinado, atores, músicos, ilustradores, dançarinos, pintores, artistas plásticos, escritores e demais artistas de todas as áreas, além de educadores, profissionais liberais, produtores, empresários, representantes públicos e do terceiro setor a mobilizarem-se em favor da continuidade da implantação do CCBNB em Vitória da Conquista, ao tempo em que solicitamos à presidência do BNB a retomada das ações do calendário de construção do espaço cultural.

Defendemos a diversidade e efetivação de uma dinâmica maior, mais sadia e profícua da economia criativa na nossa região. Compreendemos que empreendimentos que estimulem a circulação de manifestações da cultura brasileira, que propiciem o reconhecimento do trabalho na cultura, o engajamento político que permitam quantitativamente e, sobretudo, qualitativamente a disposição de espaços para a difusão dos saberes populares, são fundamentais para o exercício pleno de cidadania a indivíduos de todas as classes, cores e orientações.

Desta forma, nos manifestamos pelo(a):

- Continuidade do projeto de implantação do CENTRO CULTURAL BANCO DO NORDESTE em Vitória da Conquista ainda em 2012;

- Retomada do cronograma de ações que precedem o processo de implantação, que incluem processo o início da construção do Centro, bem como a continuidade das atividades de oficinas, eventos e cursos promovidos pelo BNB em Vitória da Conquista;

- Publicização, interna e externamente a Vitória da Conquista e região, do desejo de produtores, artistas e demais grupos e indivíduos que militam pela cultura por políticas públicas que reconheçam o valor real das ações que se manifestam na economia criativa;



Assinem, divulguem e compartilhem.

Atenciosamente;

Diretoria
Instituto Mandacaru de Inclusão Sociocultural
http://culturamandacaru.blogspot.com.br/

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Jogos Vorazes e o espelho do ridículo


Por Marcelo Lopes

O nome não me estimulou a assistir. Na verdade, me repeliu por algum tempo. Evocava a ideia de mais um destes filmes sanguinários em que o conteúdo mais palpável é o jorro de sangue do pescoço de alguém. 

No entanto, minha surpresa ao ver Jogos Vorazes, do diretor Gary Ross, veio justamente por centrar essa violência (no sentido literal e metafórico) numa história que desenrola uma longa fila de outras fórmulas de entretenimento midiático - tão comuns nos dias de hoje – com especial crítica ao mundo dos reality shows. O filme já garante alguns pontos por demonstrar de forma inteligente como parecem ridículos espectadores e produtores deste tipo de atração full time, e o quão vagos são seus conteúdos. Logicamente, é preciso lembrar que o que de fato está em jogo é, ao final das contas, a questão do poder real da mídia e o que ela pode manipular, materializado no intrincado mundo do acúmulo financeiro e do status social.

O filme é a primeira parte de uma trilogia baseada nos livros escritos por Suzanne Collins, cujos títulos originais são "The Hunger Games", "Catching Fire" e "Mockingjay". Conta a história de um futuro distante, depois da extinção da América do Norte, que tem sua população dividida em 13 distritos. Anualmente, dois jovens representantes de cada distrito são sorteados para participar de um reality show mortal, quando tornam-se breves ídolos da mídia e devem lutar até a morte, para que ao fim da atração, só reste apenas um: aquele responsável pela morte de seus adversários.

Cheio dos chavões mais comuns da TV e do cinema, o filme uma obra válida para se discutir, não apenas pelo conteúdo, mas pela escolha da linguagem. Traz à tona os cacoetes, as frases-feitas, os dramas montados, as agremiações instantâneas construídas por “afinidades”, as solidariedades de última hora, os traumas, os sentimentos fáceis, as caricaturas e as intrigas de bastidores que povoam o filão mais rentável da televisão mundial das últimas décadas. 

Numa avaliação rápida, nos recorda aquilo que, ainda hoje, tentam pateticamente nos convencer ser o recorte em tempo real da vida de pessoas comuns especialmente selecionadas, mas que poderiam ser também um papel exercido por qualquer um de nós.

Fica a dica.